sábado, 31 de março de 2012

Amar moralmente significa...

Amar normalmente significa...


Amar moralmente significa amar enquanto a pessoa se comporta como a gente. Se ela for diferente ou se tornar diferente, ou mesmo tiver um comportamento diferente, mesmo que tal coisa seja apenas na área particular e privada ou envolva apenas uma decisão de foro intimo, nesse dia, tal pessoa perderá todos os seus “amados”, pois era amada apenas moralmente.

Para esses, o irmão é o igual, e o próximo é apenas aquele que lhe é semelhante.

Ora, Jesus mandou amar até o inimigo, quanto mais o diferente!

Além disso, Ele disse que amar os que nos amam e tratar bem os que nos tratam bem é apenas um comportamento pagão, posto que é assim que qualquer pagão, minimamente, trata um ao outro.

Jesus disse que deveríamos buscar amar e ser amigos do jeito do Pai Celeste, que é bom para com maus e bons, e derrama Graça sobre todos.

Acontece que entre os cristãos, em geral, não se alcança nem mesmo o nível pagão. A sociedade pagã é capaz de aceitar e defender o diferente, mas a igreja não é.

Desse modo, enquanto este “pequeno detalhe” for assim, os cristãos não terão o respeito da humanidade, posto que até os bárbaros os superam no trato de uns para com os outros.

O cristão, como é, não passa de ser o bebê da humanidade.

No dia que o cristão amar a todos os homens e for misericordioso para com todos os homens, e não se separar de outros cristãos apenas porque eles se expressam de modo diferente – nesse dia a sociedade que nos cerca verá a nossa luz, e glorificará o nosso Pai Celestial.


Mas jamais antes desse dia... E, nisto, posso dizer que profetizo sobre a certeza das certezas, pois é conforme a Palavra de Jesus.

Fonte: 
http://www.facebook.com/evangelhopuroesimples

A Cultura Religiosa x O Ensino do Evangelho

Evangelho puro e simples!

sexta-feira, 30 de março de 2012

Voce cansou da bondade?...


VOCÊ CANSOU DA BONDADE?...

Nós, humanos, temos enorme facilidade de mudarmos para o mal; está na nossa natureza caída esta tendência; e, entregues a nós mesmos, é da nossa perversa natureza a inclinação mutante para o que não seja aquilo para o que fomos criados.

Difícil mesmo é mudarmos dia a dia para o melhor de nós; para a semelhança de Deus; para o amor, a alegria, a paz, a bondade, a longanimidade, a mansidão e o domínio próprio.

Entretanto, mudarmos na direção do que seja bom é como subir uma ladeira, é como entrar pela porta muito estreita, é como escolher o caminho que poucos escolhem percorrer, é como nadar contra o fluxo das correntezas, é como a vereda aquática do salmão buscando morrer no lugar onde aconteceu a sua origem...

A maior evidencia dessa capacidade natural de piorar a gente se observa nas crianças. Sim, lindas, santas, puras, espontâneas, livres, abertas, perdoadoras, e tudo de bom; mas que, logo, logo, pelas influencias recebidas, não demoram a aprender aquilo que lhes dês-configurará em relação ao que um dia tiveram como divina beleza natural.

Outra grande evidencia é a mudança negativa do santo; sim, daquele que conhecemos humilde, simples, ensinável, feliz na fé, amante dos pequenos, paciente, temente a Deus, puro de coração, limpo de lascívias, receoso de magoar, de humilhar, de falar mal, de gritar de raiva, de irar-se, de se tornar deveras exigente, de nunca esquecer a gratidão; sim, sempre olhando para trás e vendo o que recebeu de graça, o que lhe veio como dádiva, o que não lhe era natural, mas que nele foi enxertado, aplicado e inserido contra a sua própria natureza —; mas quecom o tempo, com o hábito ao sublime, ou com alguns serviços prestados [supostamente a Deus, à causa, ou ao próximo], começa a sentir-se dono de si mesmo, da sua natureza, dos seus direitos; lentamente tornando-se patrão da vida, exigente, impaciente, descontrolado, arrogante, sem pequenas compaixões [às vezes mantendo apenas as grandes compaixões], porém, sem cuidado no trato geral; e, desse modo, arrumando concessões para si mesmo; praticando auto-indulgências antes inconcebíveis; e, sem que o note, bem gradualmente, vai se desfigurando [...], como disse, sem que isto lhe seja perceptível; sim, sem que sua feiura lhe seja revelada; especialmente se um dia a vida com Deus foi muito real, o que, paradoxalmente, agora, lhe serve de álibi para ser contra o que foi chamado a manifestar no ser.

Jesus disse que o sentimento de demora acerca da Vinda do Filho do Homem geraria essas mutações em muitos; todavia, deve-se interpretar esse sentir de demora também como o passar do tempo da vida da gente na fé, ou como a não realização do bem por nós crido, ou também como cansaço em relação ao trabalho do amor [...], que é como o de enxugar gelo, sem recompensas e sem férias; ou ainda: como a exaustão de si mesmo, quando as dinâmicas da renovação do amor não aconteceram em nós pelo habito ao sublime, ou pelo autoengano de que já se alcançou demais ou bastante no entendimento do Evangelho.

Daí a advertência de Paulo quanto a não nos cansarmos de fazer o bem a todos os homens!

Sim; o que nos salva de tal processo [o qual é inevitável que a todos os santos acometa de um modo ou de outro, uma hora ou outra, numa ou noutra estação da vida], é o desafio não seletivo de que se deva fazer o bem sempre e a todos os homens.

Do contrário, elegemos ocasiões, pessoas e circunstâncias para as expressões das nossas bondades, e, quanto aos demais, ficamos indiferentes, ou, em alguns casos, especialmente ante aos chatos, descuidados, cronicamente tropeçantes, ou quanto àqueles que nos perturbam [...] — deixamos de ser aquilo que, para os nossos eleitos, nós somos, ou, pelo menos, buscamos ser...

Eu creio no que digo, tanto quanto sei o que digo; pois, em mim mesmo, provei tais sutilezas!

Durante mais de vinte anos meu coração não vacilou na bondade, na paciência, na longanimidade, na humildade, no coração sempre quebrantado em relação ao meu próximo; até que [...] veio o cansaço; o cansaço do bem sem retorno; a exaustão em relação à recalcitrância crônica; o desanimo quanto ao que o bem poderia produzir de mudança nos outros; e, assim, bem devagar [...], sem que eu notasse, fui caindo no amor seletivo, na bondade por eleição, na virtude seletiva; e pior: lentamente fui assumindo conceitos mundanos como se fossem os únicos modos de lidar com certas pessoas ou situações; até que percebi que me havia desconvertido do chamado do amor e da minha vocação essencial.

Ora, a volta ao início de tudo [...] acontece pelo reconhecimento desse desvio do ser; o que, sem apelação, deve ser seguido pelo exercício da entrega dos nossos direitos e razões; os quais devem se expressar também contra toda e qualquer disposição de provar que se está certo; ou de termos pena da nossa solidão na busca do bem; e, sobretudo, pela nossa convicção contra nós mesmos [...]; a fim de que aconteça o Paulo recomenda: “Para que não façamos o que seja do nosso próprio querer!

Maturidade de entendimento que não se renove pela humildade e pelo quebrantamento no exercício do bem, apenas gera pessoas seletivamente bondosas; e nos põe no caminho liso das virtudes escolhidas e praticadas para pessoas pré-selecionadas; o que, sem dúvida, é também hipocrisia.

Em meio a isto tudo [aprendi na prática com o meu pai; além de ser um principio da Palavra], deve-seficar quieto; suportar certas coisas em silêncio; e, se tivermos que tratar delas, buscarmos fazer com toda humildade e mansidão; ainda que estejamos esmados de direitos próprios ou adquiridos.

Entretanto, sei em meu próprio coração como é sutil o caminho para tal desvio; e pior: como é difícil percebê-lo em nós uma vez que ele entre em estado de concubinato com as nossas virtudes selecionadas [...] e com nossos direitos adquiridos pela via do cansaço solitário na pratica do bem.

Ora, a checagem do nosso coração quanto a tais coisas tem que ser mais que diária; de fato, deve ser caso a caso, o dia inteiro; posto que baste um precedente para que a insuportável leveza desse surto se reinicie em nós!

Portanto, não nos cansemos de fazer o bem a todos os homens; sim, pois somente deste modo a nossa salvação se desenvolve em nós; nunca esquecendo que também é essencial que não percamos a alegria e a exultação da esperança da gloria de Deus como vocação da nossa vida; do contrário, as forças do cansaço nos dominam e nos corrompem sem que as sintamos em operação em nós.


Nele, em Quem o caminhar não tem férias, embora deva acontecer em descanso,


Caio
21 de janeiro de 2012
Lago Norte
Brasília
DF


quinta-feira, 29 de março de 2012

Espinho na carne e carne no espinho


Paulo disse que teve grandes visões e revelações espirituais—foi levado ao Paraíso e ouviu o que ninguém ouve e sabe contar—, e que por causa disso foi-lhe enviado da parte de Deus um mensageiro de Satanás para que o esbofeteasse, a fim de que o apóstolo não se ensoberbecesse com a grandeza das coisas que a ele estavam sendo reveladas.
Pediu a Deus três vezes para ficar livre daquele “espinho na carne”.
O Senhor, todavia, não o removeu, tendo apenas dito a Paulo “a minha Graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza”.
Que espinho era esse?
Muita gente boa já fez considerações sobre o assunto.
O espinho de Paulo já foi sua conjuntivite crônica, já foi a perseguição dos judaizantes, já foi o ter que trabalhar a fim de sustentar seu ministério, já foi o estilo calamitoso e desassossegado de vida que o acometeu, já foi a sua não aceitação pela Igreja de Jerusalém, já foi muita coisa...
No início da década de setenta, nos Estados Unidos, e depois na década de oitenta, no Brasil, o espinho de Paulo ganhou outro “diagnóstico”.
Li e ouvi pessoas tentando convencer o público do contrário. No auge da Teologia da Prosperidade, com seus líderes anunciando uma era na qual a fé rehma curava tudo e que quem não ficasse curado era porque não cria, o espinho de Paulo deixou de ser associado a qualquer forma de doença ou debilidade física ou financeira.
Paulo não podia mais ficar doente e só passava privações por deliberação própria. Gostava!
Virara o super-homem de Friedrich Nietzsche.
Nem o próprio Nietzsche acreditaria que Paulo se tornou o super-homem dos cristãos, superior ao super-homem de Zaratustra.
O fato é que Paulo, agora, não tinha mais permissão para adoecer.
Seria falta de fé.
Afinal, como poderia ele curar se estava doente?
Num mundo onde o poder é do homem, somente seres absolutamente sãos podem transmitir saúde.
Afinal, o dom não é da Graça, mas uma virtude desenvolvida pelo super-homem.

Assim, o espinho na carne de Paulo deixou de ser qualquer coisa anteriormente relacionada a ele, tornando-se, assim, qualquer coisa, menos uma doença física—psicológica ou afetiva, nem pensar!—, mas não foi identificado como nada objetivo. Apenas se sabia que Paulo tinha um “espinho na carne”, mas não devia ser tão “importante”, pois Deus não quis removê-lo...
Até mesmo a afirmação apostólica de que o espinho tinha finalidades terapêuticas não foi mais levada em consideração.
Paulo ensoberbecer?

Jamais!—bradam os santos mais santos que Paulo.
E, assim, vão desespinhando a Paulo por uma única razão: Para nós a Graça não basta e o poder não se aperfeiçoa na fraqueza!

Essa “graça” só basta como confeito ao bolo de nossas próprias virtudes.

Essa “nossa graça” não gera humildade e dependência ao Senhor, mas arrogância e autonomia em relação a Deus.

Esse “poder” só se aperfeiçoa como status atribuído ao sucesso das virtudes da “fé” obstinada e que chega onde quer porque assim determina.

Esse “poder” gera seres malévolos e essa “fé” pode até colocar o individuo onde ele quer, mas não o põe onde Deus deseja.

Para que se entenda o que aconteceu a Paulo não se tem que saber o que aconteceu com ele—mas em sua vida interior.
E para sabermos do que se trata, basta que olhemos para nós mesmos. Boa parte do tempo que se gasta tentando saber informações históricas sobre o “espinho histórico” de Paulo, rouba-nos o tempo da viagem para dentro de nós mesmos, onde o fenômeno se repete, ainda que exteriormente ele tenha outra cara, talvez diferente da de Paulo.


Há três princípios que precisam ser entendidos a fim de que se compreenda acerca do que o apóstolo está falando.
1. O princípio das polaridades:

À toda virtude humana—se assim pudermos definir o que não nasce em nós, mas vem de Deus—corresponde um pólo desvirtuoso.

Assim, é a abundancia do pecado que faz superabundar a Graça.

Ou seja: é porque a mulher da noite escura havia se dado em muitos falsos amores—na vivencia de sua própria carência—, que agora ela ouve o elogio do Senhor dizendo que ela “muito ama”.

Tanto amor!

Mas e o que havia dentro dela?

Os produtos daquela mesma virtude já tinham tido cara de leviandade, promiscuidade e vagabundagem—para os expectadores, como o fariseu dono da casa.

Desse modo, sempre que se vir grandes virtudes pode-se saber que existe o equivalente polar dentro do mesmo ser.

Daí grandes “revelações” se fazerem acompanhar de “mensageiros de Satanás” a fim de equilibrar o bem em nós.

Não há em nós equilíbrio nem para se viver o bem absoluto.
Nada absoluto pode ser dado a um ser caído.

Corrompe-o.

Adoece-o.

O faz cair da Graça.

O único absoluto que não se corrompe num mundo caído é o Absoluto do amor de Deus.

Afinal, esse é o mundo caído. E nele muitas vezes é do abismo que somos catapultados aos céus mais elevados na Graça!

2. O principio da corruptibilidade de qualquer poder sem fraqueza:

Todo poder num mundo caído, corrompe—quanto mais todo-poder!

Não apenas o poder político, econômico, intelectual e cultural corrompem e se tornam instrumentos de controle e soberania, mas até mesmo as virtudes do poder ético, da moral, da santidade e da própria sabedoria—quanto mais a revelação!

Por isso é que todos os homens que manifestaram o poder de Deus na Bíblia tiveram que viver em fraqueza.

Poder de Deus sem fraqueza gera o diabo no ser. Transforma o “Querubim da Guarda” no “Acusador dos Irmãos”.

Para o bem da própria alma o ser tem que conhecer, sem poder realizar tudo o conhece; saber, sem atingir tudo o que discerniu; alcançar, sem poder dizer que chegou lá sozinho.

É assim que tem que ser num mundo caído!

3. O princípio da Graça só opera como Graça produtiva na fraqueza:

Sem que a Graça se manifesta na fraqueza, não é e nem há Graça. Pois, nesse caso, a virtude humana e a gloria, é de quem pensa que conseguiu por conta própria.

Para que a Graça cresça em nós nunca pode haver dúvida acerca de pelo menos duas coisas: a primeira é que “não vem de nós”; e segunda é que “não vem de nós para que ninguém se glorie”.

Então alguém pergunta: Por que?

Ora, digo eu: é que eu sou como eu sou e você é como você é!

Você poderia se imaginar como um ser todo-poderoso e, ainda assim, essencialmente bom?

Logo que algumas pequenas conquistas aparecem no horizonte mais banal—não importa se promoções ou se revelações—e o individuo já começa a mudar.

Chega ao ponto em que a pessoa já fala de si mesma como se fosse uma “terceira pessoa”, um ente diferenciado dele—como se eu só me referisse aos meus gostos como “o pastor Caio gosta disso”—e que passa a ser tratado como o santo do próprio “santo”.

É quando eu sou o santo de mim mesmo!

Poder nas mãos do homem tem que se fazer exercer com espinho na carne.

E Graça na vida humana tem que ser experimentada em fraqueza.

Do contrário, o ser se converte em diabo.

Assim, aprende-se que é melhor ter revelações e ainda assim ter que se conviver com o mensageiro de Satanás que nos esbofeteia, que ter apenas cogitação de poder humano e de sabedoria humana, sem qualquer espinho na carne!

E pior: sem também ter a satisfação de ouvir Jesus dizer: “A minha Graça te basta, pois o poder se aperfeiçoa na fraqueza”.

Não se tem que achar o espinho, ele nos acha!

Não se tem que procurar a fraqueza, ela existe em nós!

Não se tem nem que falar no assunto, ele tem voz própria!

O segredo é aceitar o fato e não deixar de buscar conhecer todos os andares dos céus dos céus, sabendo que não é a minha virtude que me leva tão alto, mas a Graça que usou a minha fraqueza para revelar tanto, a quem antes de tudo já sabe que não tem do que se gloriar.

O espinho na carne de Paulo interessa muito pouco saber qual era. Interessa mesmo é saber que ele tinha que estar lá.

Caio

Copacabana
2003


terça-feira, 27 de março de 2012

Misticos materialistas e saduceus pós-modernos!


MISTICOS MATERIALISTAS E SADUCEUS PÓS-MODERNOS!

Lamento muito o fato que para a maioria dos cristãos a fé é apenas uma crença moral e comportamental, de um lado; e, de outro lado, apenas um poder mágico, mediante o qual se pode conseguir coisas, bens materiais e proteção contra a magia, ou ainda poder para subjugar inimigos.

Para a maior parte dos crentes a fé foi reduzida a tais coisas!

Todavia, a fé como relação com Deus, como meio de agradá-Lo, como sustento do espírito na existência, como fidelidade, como poder que atua pelo amor, como constrangimento de amor no coração que cresce em devoção, como conforto e proteção [sem magia], como confiança no cuidado do Pai, como poder que brota do intimo para ser no mundo, como expressão da consciência de Deus em nós; e como olhar existencial que nos conduz a perseverarmos e mesmo nos gloriarmos nas tribulações; e mais: que nos deixa antever a glória de Deus por vir a ser revelada plenamente em nossas vidas — sim, tal e tais perspectivas da fé estão praticamente mortas nos corações dos cristãos de hoje.

Com isto sucumbiu também a fé como poder/privilégio de perdoar, de não odiar, de não se vingar, de crer na justiça de Deus ao seu tempo..., etc.

Além disso, também com tal perversão da fé faleceu a esperança que se alimenta da eternidade, e que tem no por vir seu gozo fomentador de alegria hoje, posto que somente por tal percepção já se possa tratar a morte como morta na existência de todo aquele que crê.

Desapareceu também a fé como resposta-em-si-mesma aos absurdos calamitosos da existência, posto que agora, como a fé é poder mágico de proteção, é apólice de seguro, é garantia de quenada sentido como mal jamais nos abata, qualquer coisa que nos venha com tais desenhos catastróficos abala o que se chama de fé.

Esta é a morte da fé que se vê nos templos lotados de gente que paga pela crença pagã de que fé seja um poder sem mistério, sem silencio..., mas, ao contrário, sempre com respostas desejadas, sempre com explicações e com resultados aferíveis como bens de consumo e como garantias especiais contra os fatos absurdos da existência.

Neste aspecto, a Religião Islâmica não fanatizada oferece princípios mais cristãos aos seus crentes do que o atual Cristianismo misticamente materialista e historicamente saduceu que se instalou entre nós.

Isto porque um lado inteiro do Cristianismo está governado pelo misticismo materialista, que é aquele que crê em poderes espirituais, mas apenas para as guerras do aqui e do agora. De outro lado, entre as confissões históricas, o que prevalece é a fé como ética, culto, rito, comportamento, conduta, ao modo saduceu de ser... — porém, sem o casamento como os poderes do mundo vindouro, sem o gozo da eternidade, sem o poder do Espírito, sem o Cristo vivo, sem a consolação sublime, sem a experiência da real presença de Deus na vida.

Este é o espírito presente nas crenças práticas da maioria dos cristãos. E, por tais crenças, saiba-se: o Evangelho como poder de Deus ficará dia a dia mais morto nos corações humanos e nas casas de culto sem Deus.

Somente tal constatação, seguida de uma determinação radical de abandonarmos todos os nossos pressupostos, e que nos levasse de volta a leitura com fé simples nos evangelhos e no que Jesus e os apóstolos chamaram de fé, é o que poderia ainda nos salvar do paganismo cristão que levou a quase todos de roldão.

Para mim este é um dos sinais mais gritantes dos fins dos tempos, especialmente numa época em que nãos nos faltam Bíblias e nem acesso a informação da Palavra; posto que tal calamidade não decorra de ignorância apenas, mas, sobretudo, da escolha.

Digo a mesma coisa mais uma vez, sempre com a mesma oração de que alguém ainda entenda, veja, discirna, escute e se converta!


Nele, que vive em mim,

Caio
4 de março de 2012
Lago Norte
Brasília
DF


segunda-feira, 26 de março de 2012

Afasta de teu coração o des-gosto e de tua carne...


Para ler: Eclesiastes 11 e 12


O livro de Eclesiastes nos faz recomendações aparentemente contraditórias. Sim, porque de um lado se recomenda que o jovem recreie seu coração, ande por caminhos que agradem aos olhos e que satisfaçam o coração. Então, depois desse estímulo, aparece uma frase que diz: “Sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá conta”.

Ou seja: diz que se deve recreiar a alma, escolher o caminho belo, e agradar o coração, para então depois chamar a atenção para uma possibilidade quase nunca considerada nesta existência, que é a de que é possível se divertir saudavelmente, apreciar o que é bonito, e agradar a própria alma, sem fazer disso algo que necessariamente seja mal.

Afinal, Deus pedirá conta um dia de cada ato do ser... Mas, tal fato, não tem que ser visto como um convite à evasão de tudo o que possa significar alegria. Por esta razão o texto prossegue estimulando o jovem a experimentar as boas alegrias e os bons prazeres.

Assim, a recomendação é para que o jovem não se iluda com as falsas alegrias, nem com as belezas que não alimentam também a alma, e com as satisfações que não completam o ser.

Portanto, se diz: “Afasta, pois, de teu coração o desgosto e de tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade”. E prossegue recomendando que se faça isto “antes que cheguem os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer”.

Desse modo o equilíbrio da revelação da sabedoria nos põe no caminho do meio na existência, afastando-nos dos pólos e dos exageros em tudo.

Infelizmente, na maioria das vezes, a juventude é desperdiçada no jovem!

É por esta razão que se passa da vida do jovem..., e se diz: “... antes que venham os maus dias...”—; fazendo-se, então, uma descrição de como pesa a vida de um velho. Sim, porque a velhice em si é canseira e enfado. Porém, quando o velho foi um jovem que desperdiçou a sua juventude no desgosto e na dor, sua idade avançada será amargurada e triste.

Desse modo, o que o Eclesiastes pede é que aqueles que, na juventude, se alegram, o façam com alegria verdadeira; e não com as euforias que só geram, ao final, desgosto e dor.

Daí o apelo: “Afasta de teu coração o desgosto e de tua carne a dor...”

Ora, o estranho é que as maiores dores e desgostos que alguém pode carregar vida afora, em geral, são aqueles que decorrem de uma juventude que se desperdiça na insensatez do jovem empolgado com a primavera da vaidade.

Assim se fica sabendo que a verdadeira juventude não é irreflexiva e nem inconseqüente!

Entretanto, o conselho da sabedoria não está na evasão da alegria, mas na educação dela; de tal modo que nenhuma alegria seja a vereda do desgosto, da descrença e do cinismo; e, nem tampouco, seja algo que consuma a carne com desgastes que não se tornarão em capital de bem estar para o futuro.

Hoje, quanto mais vejo a moçada tratando sexo como “hot-dog” e vejo a proliferação de “ficadas” que só deixam para trás o imperceptível desgaste de alma (fruto da troca de energias espirituais que não são boas) —, penso que nunca foi tão importante que se creia — e apenas se creia com base na saúde proposta na sabedoria divina, e não em nenhuma “moral exterior” — no quão danosas são para o ser (da carne ao espírito), essa cultura de desgosto e dor que se espalha pela terra.

Sim, porque no final, não é apenas questão de botar uma camisinha ou tomar um contraceptivo feminino, transar, lavar, botar a calcinha ou a cueca, bater um bom papo sobre a cama-coisa-nenhuma, e pensar que isso é apenas massagem erótica, e nada além disso.

Na realidade, conforme tenho dito, um casal que deseja ter uma vida juntos, tem que tecer tal existencial de modo processual, pois as coisas do amor não são automáticas, mas tecituras de gestos feitos no cotidiano e no tempo, um dia depois do outro.

Entretanto, conforme Paulo, a “fortuidade” existencial, como o unir sexualmente des-significado com alguém, gera um espírito, um outro termo, uma alteração na essência da pessoa; pois, tudo o que não é amor, é automático para o mal, produzindo transferências de natureza estranha, e, por vezes, deixando na pessoa uma sombra que, na maioria das vezes, ela não sabe nem mesmo de onde veio.

Isto sem falar que a opção por alegrias sem significado des-significam o ser; o que gera desgosto e dor de natureza psicológica e existencial.

Nestes dias, percebo que a grande dor humana já não advém do sentimento de “repressão”, como aconteceu nos séculos que nos antecederam. Prova disso é que a doença feminina por excelência, era a histeria, a qual é quase sempre o resultado da repressão, especialmente a de natureza sexual. Hoje, todavia, a histeria deixou de ser a grande vilã das angustias da alma, e se vê o crescente domínio da “Síndrome de Pânico”, tanto em homens como em mulheres; a qual (a Síndrome) produz sentimento de desamparo, orfandade e solidão.

Assim, quanto mais as pessoas se dão, mesmo que livres da repressão, sem o saberem, viajam para o pólo oposto, que é o da solidão e o do abandono.

Desse modo, o convite divino é para que a alegria seja verdadeira, o belo carregue sentido e significado, e para que o que chamamos “satisfação”, não seja auto-engano, mas verdade boa para o ser.

Não adianta tentar viver em qualquer dos dois pólos... Ninguém consegue neles encontrar vida.

Aliás, é Paulo que, aos Gálatas, diz que não se deve tentar viver nem sob as repressões da Lei e nem tampouco na Libertinagem e seu poder de introjeção; pois, no primeiro caso, a alma mergulha no desgosto de nunca ter sentido nenhum gosto; e, no segundo caso, ela se abisma no mundo das diversidades que criam legiões de espíritos e de sentimentos herdados pela alma em razão do excesso de trocas des-significadas.

Portanto, aproveita tudo aquilo que aproveita-aproveitar; e não te percas na multidão de prazeres que são apenas a injeção do desgosto e de dor de corpo-imagem na alma.

Todo aquele que desconhece tal equilíbrio, não importando o pólo no qual viva, experimentará muito desgosto e muita dor nesta existência; desperdiçando a força da juventude enquanto é jovem; e apenas acumulando para si os pesos de amarguras e de dores de ser que se estocam para os anos dos quais se diz: “Não tenho neles prazer!”


Pense nisto!


NEle, sem caretices ou carrancas morais, mas visando à formação da face de Cristo em todos nós,


Caio


sexta-feira, 23 de março de 2012

Diferença entre Igreja e Denominação.


Segue um diálogo comum entre Cristãos DENOMINACIONALISTAS e outros que deixaram o Sistema Religioso.


(As perguntas de um denominacionalista estão em negrito)



- Você é crente?
- Sim, graças ao Senhor.

- Que bom! Eu também. De que igreja você é?
- Bom, deixe-me pensar... Irmão, eu sou da única igreja que existe.


- Como assim? Não entendi!
- Quantas igrejas você acha existem?

- Centenas, talvez milhares!
- Eu acredito que não seja bem assim!

- Como não!?, só no meu bairro existem seis!
- Quantas noivas O Senhor Jesus tem?

- Uma só!
- E quantos corpos Cristo tem?

- Um também.
- Pois é! A Bíblia nos deixa bem claro em Colossenses 1:18 e 1;24 que a Igreja é o Corpo de Cristo. E o próprio Cristo e a cabeça.

- Irmão, eu só te perguntei de que igreja você é! Se você é da igreja batista, da Assembléia de Deus, da adventista...
- Então irmão, na verdade você não me perguntou de que igreja eu sou e sim, de que denominação eu sou.

- Ah! Tô começando a entender. Vou te perguntar de novo: de que denominação você é?
- De qual denominação a Bíblia me orienta ser?

- Me parece que a bíblia não diz nada sobre isso.

- Já parou pra pensar se você fizesse esta mesma pergunta para algum dos Apóstolos de Jesus, naquela época? O que será que apostolo João te responderia? Será que era João da igreja Metodista? E Pedro, será que ele era da “Deus é amor”?

- Irmão, isso chega a ser engraçado, né? Nunca tinha pensado nisso.
- Certamente, eles não entenderiam sua pergunta.


- É, eles não entenderiam mesmo, naquela época não era como agora.
- Não era mesmo irmão! E você acha que quem está errado: os cristãos daquela época, que não tinham denominações ou os de hoje.


- Acredito que se alguém está errado somos nós. Mas o que você quer dizer com isso irmão.
- Quero dizer que não pertenço a nenhuma denominação.

- Ah! Você não tem igreja, né.

- Irmão! Eu sou parte da Igreja do Senhor, o que não tenho é denominação!

- Você não tem denominação, mas é parte da Igreja! Me explica isso melhor.
- É o seguinte... denominação é algo totalmente diferente da Igreja. A igreja é composta por todo aquele, que creu no Senhor Jesus, que O recebeu como Senhor e Salvador, como diz no evangelho de João 1:12.

- Sim... fale mais.
- Em 1Corintios 12:12 nos diz: “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo.” Viu? Apesar de haver vários membros há apenas um Corpo. E já vimos em Colossenses que a Igreja é o Corpo de Cristo. E para não restar duvidas no verso 27 diz: “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo.” Isso quer dizer juntos, todos os irmãos, formam o Corpo de Cristo. E individualmente cada um é apenas um membro.

- Mas você precisa de um lugar para congregar, ter um nome de referência. Lembra de Hebreus 10:25 ? “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.”
- Sim irmão. A palavra do Senhor é para ser cumprida, mas não preciso de uma denominação para cumpri-la, os primeiros cristãos não tinham denominações e certamente cumpriam bem mais as escrituras que nós. Eu preciso da Igreja, eu preciso congregar, eu preciso da comunhão dos demais irmãos, o que eu não preciso é de uma denominação, de uma instituição religiosa.

- Me fale qual a diferença entre denominação e igreja.
- A Igreja é todo o povo de Deus, ela é composta por todos aqueles que nasceram de novo, por todos aqueles que são uma nova criatura em Cristo Jesus. A Igreja não tem fronteiras, a igreja não tem nacionalidade. Denominação é uma instituição, que assim como uma empresa possui um CNPJ, um estatuto... A igreja não tem CNPJ e seu estatuto é a Bíblia. Uma denominação tem uma data de fundação e pode ter uma data de extinção. A Igreja foi fundada a mais de 2000 anos lá na cruz do calvário e seus membros estão arrolados nos céus (Hebreus 12:23).

- Mas onde fica o templo nessa história? Você precisa ter um lugar para congregar.
- Irmão primeiramente, em toda a bíblia existiu apenas um templo e era em Jerusalém, construído por Salomão. Templo é algo da antiga aliança. Hoje, no novo testamento não existe templo.

- Então não existe um lugar que devemos adorar a Deus?
- Esta era a mesma dúvida que uma certa mulher samaritana tinha. Ela queria saber onde se deveria adorar a Deus: se no monte onde Jacó adorou ou em Jerusalém. Jesus respondeu a ela: “Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai... Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:21-24 RA). Você não acha que estas palavras de Jesus são para ser levadas a serio?

- Então é errado ter um lugar para reunir?
- Irmão, não é errado que os irmãos tenham um local para reuniões, mas uma coisa deve ficar bem clara, este local nada tem de especial, não é um lugar sagrado, e eu não preciso ter um vinculo com ele, meu vinculo tem que ser com os membros do Corpo de Cristo, não com um local físico. A Igreja do Senhor é feita de pedras vivas, não com cimento e tijolos. Como o apostolo Pedro diz: “também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.” (1 Pedro 2:5 RA)

- Mas não está certo esse negócio de se reunir em casa. Eu já ouvi falar de pessoa que não vão à igreja, ou melhor, dizendo não vão ao templo... quer dizer, não vão na casa de oração.
- Irmão você tem que dizer isso para quem escreveu a Bíblia, lá aparece varias menções de igrejas nas casas. Filemom 1:2, Romanos 16:5, Colossenses 4:15. E mais em Atos nos diz: “Entretanto, não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas; como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? Não foi, porventura, a minha mão que fez todas estas coisas?” (Atos 7:48-50 RA)

- Irmão entendi o que você falou, mas não vejo problemas em continuar em uma denominação. Estou servido a Deus fazendo o melhor que eu posso.
- Irmão, não tenho dúvidas que você ama a Deus. E além do mais você é parte de mim. Você creu no Senhor Jesus e o Espírito Santo passou a habitar em ti. O mesmo Espírito que habita em ti habita em mim, somos irmãos. Mas tenho que te dizer que o denominacionalismo não glorifica a Deus. O denominacionalismo é divisão do Corpo de Cristo. "Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?" (I Coríntios 1 : 13). O povo de Deus tem ser um para que o mundo creia, em João 17: 20-21 diz: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” (João 17:20-21 RA)

- O que é isso que você chama de denominacionalismo? Não vejo problema em se adotar um nome.
- Denominacionalismo é o ato de se dividir do restante do Corpo de Cristo, formando um grupo sob o emblema de uma doutrina (falsa ou verdadeira), de uma pessoa, de uma pratica, etc. Cremos no batismo, mas nem por isso devemos nos denominarmos batistas”. Cremos que há presbíteros no Corpo de Cristo, mas nem por isso devemos nos denominarmos “presbiterianos”. Cremos nos dons (do grego charismas), nem por isso devemos nos denominarmos “carismáticos”. Cremos no pentecoste, mas nem por isso devemos nos denominarmos “pentecostais”. Cremos que Martinho Lutero foi um grande servo de Deus, mas nem por isso devemos nos denominarmos “Luteranos”. Cremos nos métodos de Deus, mas nem por isso devemos nos denominarmos “Metodistas”. Cremos no advento(vinda) do Senhor Jesus, mas nem por isso devemos nos denominarmos “adventistas”. Não ousamos colocar sobre nós qualquer nome que não possa ser usado por todos os filhos de Deus.

- Isso tá me cheirando ecumenismo! Olha irmão, esse negócio de ecumenismo é coisa do diabo! Num entra nessa não!
- Irmão isso não tem nada a ver com ecumenismo. O ecumenismo prega a união de todas as religiões. Eu estou falando da união do Corpo de Cristo, ou seja, a união de todos os verdadeiros filhos de Deus. Eu estou falando da união da família de Deus. Ou você acha que a família de Deus tem que estar dividida? Irmão não deve existir divisão no Corpo de Cristo. Paulo nos diz: “para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros.” (1 Coríntios 12:25 RA)

- Mas isso parece ecumenismo!
- Irmão, ecumenismo é a união de instituições religiosas. Eu estou falando da unidade do Corpo de Cristo.

- Você é daqueles que acredita que todos os caminhos conduzem a Deus?
- Não irmão, há apenas um caminho. Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6 RA). “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (Atos 4:12 RA). Salvação só em Jesus Cristo, Ele é o único caminho.

- Irmão, como seria todos os irmãos vivendo juntos, cada um com suas doutrinas, cada um com seu pensamento? Não seria uma grande babel?
- Irmão babel é o que vemos hoje, milhares de denominações, dividindo o Corpo de Cristo. Isto realmente é uma babel.

- Irmão, isto me fez lembrar daquela passagem: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” (1 João 1:7 RA). Lembrei também daquele:“Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haveria um rebanho e um pastor.” (João 10:16 RA). Realmente seria muito maravilhoso se todo o povo de Deus fosse na pratica um só rebanho, mas acredito que seja tão difícil. Acredito que seja uma utopia.
- Irmão você não pode dizer que a palavra de Deus seja utopia. O Nosso Deus é o Deus do impossível. Se ele deseja que seu povo seja UM, devemos também desejar isso, a despeito de qualquer dificuldade por maiores que sejam. Lembre-se sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11:16)

- É verdade irmão, estou começando a concordar com você. Mas se não há denominação, se não há uma instituição religiosa,como fica a liderança?
- Irmão, me diga como era a liderança na igreja primitiva? Eles não tinham denominações e não pertenciam a nenhuma instituição religiosa.

- Irmão, eu creio que naquela época a liderança era exercida pelos cristãos mais maduros que naturalmente tomavam a posição de seguir na frente enquanto os cristãos mais novos seguiam seu exemplo.
- Pronto irmão, você mesmo respondeu sua pergunta! Mas vale dizer que a autoridade no mundo é diferente da autoridade na igreja. No mundo a autoridade é posicional, ou seja, não importa quem você é, se você está em determinada posição você tem autoridade. Por exemplo: não importa se você é um alcoólatra, se você mente, se você é mau esposo, um mau pai, mas se você ocupa o cargo de capitão do Exército, você tem a autoridade que essa posição lhe confere. Na igreja é totalmente diferente. O importante é quem você é, se você tem uma vida consagrada, se tem um testemunho irrepreensível, se você é um obreiro que maneje bem a palavra de Deus, então naturalmente haverá pessoas que te procurarão em busca de ajuda e se submeterão a vida de Deus que há em ti.

- Mas a bíblia não fala de presbíteros?
- Sim. A palavra presbítero significa ancião. Na bíblia a liderança de uma igreja local era exercida pelos presbíteros, ou seja pelos irmãos mais maduros naquela localidade. E essa liderança era sempre plural. Em 1Tm 3:1-7 e Tt 1:5-9 vemos como deveriam ser estes homens.

- Mas hoje irmão, a gente que faz parte de uma igreja, ou melhor dizendo, de uma instituição religiosa, temos que nos submeter a pessoas que nem conhecemos. Lá na minha congregação mesmo, frequentemente há a troca de pastor e as vezes vem pessoas de outras cidades para assumir o cargo.
- Pois é irmão! Na bíblia não vemos tal coisa. Lembra daquela conversa que Paulo teve com os presbíteros de Éfeso em Atos 20, porque aqueles homens acataram e se submeteram as palavras de Paulo? Foi porque eles conheciam pessoalmente a Paulo, eles conviveram com Paulo e viram sua consagração à obra de Deus. A primeira coisa que Paulo faz ao falar com os presbíteros de Éfeso é invocar o seu testemunho dizendo a eles: “Vós bem sabeis como foi que me conduzi entre vós em todo o tempo, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia,” (Atos 20:18 RA). Eles conheciam Paulo muito bem.

- Realmente! Irmão como eu nunca tinha visto isso!
- Irmão e por outros lado o próprio Senhor Jesus proibiu o uso de títulos na igreja, o Senhor disse que somos todos irmãos.

- O Senhor proibiu o uso de títulos?
- Sim irmão.

- Me mostra isso!
- Olha só irmão: “Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos. A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus. Nem sereis chamados guias, porque um só é vosso Guia, o Cristo. Mas o maior dentre vós será vosso servo. Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado.” (Mateus 23:8-12 RA)

- Irmão isso é demais para mim! Primeiro você me diz que não tem denominação, depois que a Igreja é o Corpo de Cristo, depois que denominação é divisão do Corpo de Cristo, depois que não existe templo no novo testamento, depois que liderança no Corpo de Cristo não é posicional, agora você vem me dizer que Jesus proibiu o uso de títulos?
- É irmão! E tem mais Jesus também proibiu hierarquia no meio de seu povo.

- O quê?
- É isso que você ouviu, Jesus proibiu hierarquia no meio de seu povo .

- Vai lá, eu sou forte, me mostra mais essa.
- Pois bem, vamos ler mais um pouco das palavras de Jesus:“Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mateus 20:25-28 RA)

- Ufa! Irmão é muita coisa pra um dia só. Mas... a palavra não fala de pastor, diáconos? Isso não são títulos? E se tudo é realmente assim onde fica os dízimos nessa história? E se não há um lugar como os irmãos vão se encontrar? E se alguém pecar como é a disciplina? E se...
- Calma irmão! Não tenho como te explicar tudo isso de uma só vez, mas creio que se tivermos o coração disposto a aprender do Senhor, se deixarmos de lado os nossos conceitos pré-concebidos, o Senhor falará grandiosamente conosco desvendando os seus caminhos para nós, como diz as Escrituras: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” (Provérbios 4:18 RA).



(Autor: Bill Pamplona)

terça-feira, 20 de março de 2012

Crentes Cachaceiros




“I think back to the time when I wouldn’t drink wine and they taught me wrong and right and black and white…” – Fine Art of Friendship, King’s X
Em maio de 1990 eu era missionário da OM e estava à bordo do navio Logos II. Estávamos ancorados em Bremenhaven, porto da cidade de Bremen no norte da Alemanha. Uma noite, ao sair com amigos para conhecer aquela bela cidade, fomos ao Marktplatz que estava lotado de pessoas. Parecia uma Oktoberfest (apesar de eu nunca ter ido a uma). A OM tinha uma lei-seca, ou seja, nenhum de seus missionários tinha permissão para ingerir bebidas alcoólicas enquanto estivesse trabalhando com a organização. Mas alguém sugeriu que, estando naquele local, devêssemos tomar algo. Eu não sabia exatamente o que beber e, diante de minha indecisão, foi sugerido uma cerveja doce. A idéia soou agradável e aceitei. Logo que chegou, tomei a cerveja de tonalidade bem clara, servida num copo semelhante a uma pequena taça, diferente das canecas servidas aos outros da mesa (e bem menor que estas!). Bebi tranquilamente. E fiquei bêbado como uma égua. Ao retornar para o navio, subi o passadiço com muito cuidado e passei pelo vigia noturno calado, orando para que ele não notasse meu estado. Além de me deixar muito envergonhado, aquela situação trouxe-me lembranças dolorosas da infância.
Eu cresci num lar manchado por tumultos decorrentes do abuso do álcool. Parte de minha infância foi um verdadeiro inferno por causa das bebedeiras de meu pai. Quando criança, era comum beber até ficar bêbado nas festas de fim de ano. Com onze anos, comecei a beber com meu irmão um ano mais velho. Comprávamos vinho e cachaça e esperávamos o dia em que minha mãe e irmãs estavissem fora de casa para chamar uns amigos e encher a cara.
Numa destas “festas”, meu irmão teve um coma alcoólico, foi internado às pressas e por muito pouco não morreu. Foi o fim de nossas bebedeiras. Aos quatorze anos entreguei minha vida a Jesus no culto de uma igreja pentecostal e “eles ensinaram-me certo e o errado e branco e preto” como diz a canção do King’s X.
Foi somente quando estava no seminário teológico que comecei a estudar seriamente o que a Bíblia diz sobre a ingestão de bebidas alcoólicas. Fiquei surpreso ao descobrir que, contrário do que eu havia sido ensinado (e que me pareceu muito bom tendo em vista meu histórico familiar com bebidas), a Bíblia não condena beber vinho. Na Bíblia, o vinho é visto como sinal de alegria e bênção de Deus. 

Salomão fala da promessa aos que honram a Deus com seus recursos: seus celeiros ficarão plenamente cheios e os seus barris transbordarão de vinho. (Provérbios 3:9-10). Ele diz que felizes são os que comem no tempo certo para refazer as forças e não para bebedice, um alerta contra a embriaguez, ao mesmo tempo reconhece que o vinho torna a vida alegre (Eclesiastes 10:17 e 19). Semelhantemente, o Salmista louva a Deus como criador que “faz crescer a erva para o gado, e a verdura para o serviço do homem, para fazer sair da terra o pão, e o vinho que alegra o coração do homem” (Salmos 104:14-15).
Ou seja, nestas e em tantas outras passagens que tratam da questão do vinho e da bebida fermentada, aprendi que a Bíblia ensina claramente que:
  • beber não é pecado,
  • mas beber demais é pecado,
  • portanto é preciso tomar cuidado com o poder sedutor da bebida
  • e às vezes, a melhor coisa a fazer é não beber.
Que beber não é pecado deveria ficar evidente, visto que o primeiro milagre de Jesus (João 2) foi transformar água em vinho numa festa de casamento. “Mas”, haviam me dito, “não era ‘bem’ vinho, não tinha fermentação, era apenas suco de uva.” Esta teoria logo caiu por terra, tendo em vista que outras passagens da Bíblia falavam sobre a possibilidade de se embriagar com o vinho, logo não poderia ser “apenas suco de uva” (ninguém fica embriagado com suco de uva). De fato, Paulo escrevendo ao jovem pastor Timóteo recomenda-lhe beber um pouco de vinho em suas refeições. (5.23) 
 Ao tratar das qualificações dos diáconos e presbíteros, Paulo diz que eles não devem ser “amigos de muito vinho” (3.3) e nem “apegados ao vinho” (3.8), palavras que não fazem muito sentido se fosse “apenas suco de uva”. Em sua carta a Tito ele menciona o comportamento das mulheres cristãs e diz que elas não devem ser “escravizadas a muito vinho.” (2.3) Além do disso, há fortes indícios de que o próprio Senhor Jesus bebia vinho. Em contraste com João Batista, de quem o anjo disse a seus pais que ele não beberia vinho nem bebida fermentada (Lucas 1.15), Jesus foi acusado de comilão e beberrão (Mateus 11.18-19). Jesus não teve pecado algum e ele bebia. Paulo não recomendaria um pouco de vinho a Timóteo, se beber vinho fosse pecado. E a Santa Ceia não seria celebrada com vinho, se sua ingestão fosse pecado. Um dos problemas em Corinto é que alguns estavam se embriagando na Ceia, prova que não se tratava de “apenas suco de uva”.
Muitos crentes, ao descobrirem isto, estão começando a desfrutar uma taça de vinho ou uma cerveja livres de uma consciência culpada.
O problema hoje em dia não parece ser o da abstinência forçada ou das proibições legalistas. Não vivemos mais na época da lei-seca na maioria das igrejas evangélicas brasileiras. O problema é que, cada vez mais, os crentes estão bebendo um pouco demais. Me surpreende olhar o Facebook e ver um número crescente de fotos exibindo bebidas como se fossem troféus e “confissões” de bebedeira como se fossem coisas banais. É o caso clássico de quem não sabe lidar com a liberdade e, após um período de repressão, vai de um extremo a outro.
“Porque será que o homem quando foge de si mesmo Se afoga na bebida e se droga sem parar? Será que a vida imposta é perder um vale tudo? Viver sempre chapado é melhor do que lutar? Beber até morrer essa é a solução?…” – Beber até Morrer, Ratos de Porão
Cristãos podem beber? Sim, não há proibição quanto a isso na Bíblia. Mas a Bíblia deixa absolutamente claro que embriagar-se é pecado e que os bêbados não herdarão o Reino de Deus: “…nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus” (1 Coríntios 6:1 e Gálatas 5:19-21). 
Há diversas histórias na Bíblia sobre as consequências de embriagar-se, levando pessoas a cometerem uma série de delitos graves sob o efeito da bebida. Incesto, violência, adultério, pobreza, assassinato, depressão e loucura são alguns dos males relatados pela Bíblia que acompanham a embriaguez.
Em seu comentário da primeira carta de Paulo a Timóteo, quando Paulo recomenda ao jovem pastor que, por causa de suas enfermidades, não beba apenas água, mas também “um pouco de vinho”, Calvino diz o seguinte sobre a embriaguez:
“O termo grego usado descrevia não apenas a embriaguez, mas qualquer tipo de descontrole ao beber vinho. Beber com excesso não é só indecoroso num pastor, mas geralmente resulta em muitas coisas ainda piores, tais como rixas, atitudes néscias, ausência de castidade e outras que não carecem de menção.”
E acrescenta:
“Quão poucos há em nossos dias que carecem da abstinência de água; em contrapartida, quantos carecem de ser refreados em seu uso imoderado do vinho! É também evidente que necessário se nos faz, mesmo quando queremos agir corretamente, rogar ao Senhor que nos dê o Espírito de sabedoria para nos instruir no caminho da moderação.”
Portanto, é preciso tomar cuidado com o poder sedutor da bebida. Estatísticas apontam que consumo do álcool no Brasil aumenta a cada ano, tornando o país um dos mais afetados por problemas ligados ao alcoolismo. Uma das razões para isto parece ser que beber está tornando-se algo cultural. No Brasil a cerveja tornou-se a bebida tradicional (a AMBev produz 35 milhões de cervejas engarrafadas por dia!) e isto tem feito com que os brasileiros comecem a beber cada vez mais jovens (entre 10-13 anos é a idade para a iniciação no álcool). O resultado de tanta bebedeira é que, segundo algumas estimativas , acredita-se que 7,3% do PIB anual é aplicado para problemas decorrentes do álcool e 65% dos acidentes fatais em São Paulo têm o motorista embriagado.
Há diversas advertências na Bíblia sobre a sedução do vinho. A mais notória delas talvez seja esta em Provérbios 23.31-35:
Não se deixe atrair pelo vinho quando está vermelho, quando cintila no copo e escorre suavemente! No fim, ele morde como serpente e envenena como víbora. Seus olhos verão coisas estranhas, e sua mente imaginará coisas distorcidas. Você será como quem dorme no meio do mar, como quem se deita no alto das cordas do mastro. E dirá: “Espancaram-me, mas eu nada senti! Bateram em mim, mas nem percebi! Quando acordarei para que possa beber mais uma vez?”
Chesterton comenta:
“O vinho, diz a Escritura, alegra o coração do homem, mas somente do homem que tem coração.” Portanto: “Nunca beba quando estiver infeliz por não ter uma bebiba, ou irá parecer um triste alcoólatra caído na calçada. Mas beba quando, mesmo sem a bebida, estaria feliz, e isso o tornará parecido com um risonho camponês italiano. Nunca beba quando precisar disso, pois tal ato racional é o caminho para a morte e o inferno.” – G. K. Chesterton, Omar e a Vinha Sagrada em Hereges
A conclusão é que, às vezes, o melhor a fazer é não beber. Isto não é legalismo, é bom senso. O comediante Eddie Murphy revelou que não bebe porque o álcool não o faz bem e, a última vez que ficou de ressaca, após três taças de champanhe em 1993, o fez decidir nunca mais consumir bebida alcoólica.
“Eu não bebo. Se bebo, sei que não vou me sentir bem. E, às vezes, parece que todos que bebem estão se divertindo mais, porém sei que eu não posso.” – Eddie Murphy
Do mesmo modo, conheço muitas pessoas que não bebem, por diferentes motivos. Algumas não podem beber por questões de saúde. Outras porque, tendo sido vítimas do alcoolismo, sabem que apenas uma dose pode ser suficiente para que caiam no abismo novamente. O cristão que é livre para beber sem embriagar-se precisa ser livre também para não beber quando a ocasião não for conveniente (ou não beber nunca, se for o caso). Acima de tudo, ele precisa ter sensibilidade para não beber quando estiver na presença de pessoas que possam tropeçar ao tentarem imitá-lo. Isto também é um ato de caridade.
Concluindo, mas longe de esgotar este assunto, creio que, como cristãos, deveríamos ser exemplos de responsabilidade com relação aos nossos hábitos de comida e bebida. Paulo lista abusos nesta área como obras da carne, coisas que estávamos sujeitos antes de conhecer a Cristo (Romanos 13.13-14). Em contraste, o fruto do Espírito é domínio próprio (moderação). Por isto, recomenda o apóstolo, em vez de se embriagar com o vinho, devemos procurar estar cheios do Espírito Santo (Efésios 5.17-18). O apóstolo Pedro também advertiu seus leitores sobre certos abusos que já não deveriam mais fazer parte da vida dos cristãos (1 Pedro 4.3).
Tais advertências ecoam as palavras do próprio Senhor Jesus em Lucas 21:34:
“Tenham cuidado, para que os seus corações não fiquem carregados de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente.”
POST-SCRIPTUM “Temperança, infelizmente, é uma palavra que perdeu seu significado original. Hoje em dia ela significa a abstinência total de bebidas alcoólicas. Na época em que a segunda virtude cardeal recebeu esse nome, ela não significava nada disso. A temperança não se referia apenas à bebida, mas aos prazeres em geral; e não implicava a abstinência, mas a moderação e o não-passar dos limites. É um erro considerar que os cristãos devem ser todos abstêmios; o islamismo, e não o cristianismo, é a religião da abstinência. É claro que abster-se de bebidas fortes é dever de certos cristãos em particular ou de qualquer cristão em determinadas ocasiões, seja porque sabe que, se tomar o primeiro copo, não conseguirá parar, seja porque rodeado de pessoas inclinadas ao alcoolismo, não quer encorajar ninguém com seu exemplo. A questão toda é que ele se abstém, por um bom motivo, de algo que não é condenável em si, e não se incomoda de ver os outros apreciando aquilo. Umas das marcas de um certo tipo de mau caráter é que ele não consegue se privar de algo sem querer que todo mundo se prive também. Esse não é o caminho cristão. Um indivíduo cristão pode achar por bem abster-se de uma série de coisas por razões específicas – do casamento, da carne, da cerveja ou do cinema; no momento, porém, em que começa a dizer que essas coisas são ruins em si mesmas, ou em que começa a fazer cara feia para as pessoas que usam essas coisas, ele se desviou do caminho”. – C.S. Lewis em Cristianismo Puro e Simples, Martins Fontes, p. 103-104 (obrigado pela lembrança, Daniel Grubba )
Escrito por Sandro Baggio e reproduzido sob sua autorização).
Fonte: http://igrejaurbana.wordpress.com/