quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Caminho-Nações 2012 - Tentações pessoais em retrospectivas

CAMINHO-NAÇÕES 2012 - TENTAÇÕES PESSOAIS EM RETROSPECTIVAS

A rua Liberté

Comecei 2012 em Dakar, capital do Senegal, no Oeste Africano. E após quase um mês negociando com autoridades políticas, agências humanitárias e órgãos de imprensa surgem novos lemas e personagens na Missão: Talibés, Dharas, Marabuts, Joseph Nassakou, o Ministro Lamine Faye, Chemin des Nation, Chemin Du Futur e ... tiradas as pedras daquela savana do meio do caminho do futuro, inauguramos nosso escritório na Rua Liberté! Viva la Liberté.

A Construção do Futuro
O projeto em Dakar é imenso e exigia passar o ano arquitetando o impossível p´ra ganhar o jogo contra o abuso, a exploração, o tropeço dos pequeninos, o comércio religioso da fé – seja lá de que matiz for... E ainda almejo resgatar meninas Dalits na India(youtu.be/LIWE1CPBF88)...

Ah, mas toda essa “presunção” que advém da automação do coração de quem já viu Deus fazendo muitos milagres, encontrou-se com a própria realidade numa lan house em Madrid. Pela webcam, assisti impotente uma ventania derrubar as paredes de vidro da minha casa em Santos, com mulher e filhos chorando assustados diante de um misto de natureza feroz com incompetência arquitetônica. Chovia forte dentro da minha sala. Meu sogro socorreu a filha. Chorei sozinho: “Meu Deus, minha casa caiu e que raios eu estou fazendo aqui?”
***
Blefe I (um): Se você não consegue construir sua própria casa, como espera construir o futuro do outro lado do mundo, menino?

As pedras da Savana

Então, embarquei de volta p´ra casa, e no meio da noite fui ao banheiro do avião. Sangrei... Minha urina estava toda tingida. Havia se mexido o cálculo renal já detectado em exames passados. “Deus, conheço bem o que vem depois disso... Pai, me deixa ao menos chegar em casa sem querer derrubar esse avião de tanta dor!”

Passei o primeiro semestre sob dor. Dor em estado sólido, dor pura! Dura! Put(z)!!! E fui de internação em internação até operar, pois a maldita pedrinha invocou que não ia sair, obstruiu os caninhos todos, causou refluxo urinário e me levou à grave hidronefrose: o rim ficou quase duas vezes seu tamanho. Antes de agendar a cirurgia meu urologista perguntou: “Tem alguma coisa importante para fazer antes de operar?” Pensei num segundo: “Hum, deixa eu ver: tenho que embarcar meu amigo Edmilson para sempre, cumprir agenda de conferências pelo país, iniciar o SOS RELIGAR contra catástrofes no Brasil, inaugurar o INSTITUTO RELIGAR em Santos, gravar coisas, escrever artigos científicos, iniciar meu doutorado e... urgente, consertar meu telhado quebrado!” Mas curvado e suado de tanta dor, chorei sozinho. “ – Não, doutor! Não tenho nada que Deus não possa cuidar...”

Dor é dor.
E Deus não me chamou pra ser herói.
***
Blefe II: Se você não consegue nem lidar com uma pedrinha de nada como espera suportar as que ainda surgirão nessa Caminhada?

Ei, você aí!

Na África nossa de cada dia, Leonardo precisa de dinheiro na Nigéria, Edmilson precisa de dinheiro no Senegal e os europeus passaram o ano pensando em nos ajudar... Eles pensam muito.
Meu espírito romântico se acabou. Tem que lascar muita pedra para arranjar parceiros... Tenho que captar recursos, porque, agora, fruto da pregação insistente contra a delinquência religiosa temos pouco mais de 100 boquinhas africanas para alimentar, expedicionários distantes a sustentar e muitos sonhos para implantar.
Mas Deus chamou o Chico para ser herói... Só pode. Chico, Valmir e Philipe estruturam o Caminho-Nações para receber a confiança de quem gosta da gente: igrejas, empresas, associações e especialmente, pessoas “físicas” (gente que existe de verdade!). Sim, em 2012 centenas de anônimos mantiveram o compromisso mensal de doar um pouquinho. E de pouquinho em pouquinho... a gente faz um país!!! No segundo semestre, a Dora e irmãos empresários imprimem a segunda edição do livro MISSÃO: SALVAR CRIANÇAS-BRUXAS, pela Editora Prólogos. Fiz lançamentos aqui e ali, mas pouca gente quer comprar desgraça! Christian Grey está gozando com a minha cara... rsrsrs

E na volta do Encontro Nacional do Caminho em Brasília, meu contador pede uma audiência no consultório:
- “Você está quase falindo, doutor! Sua clínica não é a mesma sem você! As despesas são maiores que a receita!”
Olhei para o rosto da minha mulher:
“ – Por que você não me disse nada, Rê?”
“ – Eu temia que isso parasse você, parasse a Missão, sua paixão, doação...”
Voltei para o contador: “E o que eu preciso fazer?”
“Você precisa voltar a sentar naquela cadeira ali ó!”

Então, chorei sozinho no banheiro onde sempre choro sozinho e voltei. Vendi coisas. Descobri traições. Redescobri paixões profissionais. Mas parei meu doutorado. Parei de escrever. Parei de RELIGAR. Parei... de você.
***
Blefe III: Se você não consegue ganhar dinheiro nem para você mesmo, como pretende fazer isso para “seu próximo”?

Arreda, Satanás!!!

Assim, parei o ano inteiro. Mas não parei um só minuto!
Parei, mas não parei de caminhar... O Caminho vai se fazendo na estrada da Vida... E nesse Caminho, eu já não sabia que não havia fixidez? E eu, que estava fixado na itinerância, tive as asas quebradas e parei de voar. Tive que aprender a parar para continuar a caminhar... Tive que aprender a parar, para não andar caindo... Parei porque a Graça de Deus me parou, mas não parei em função de blefe maligno algum a cochichar no meu ouvido. Não tenho NADA p´ra conversar com o diabo! Eu só falo com o Pai... No mesmo ouvido sempre ouvia “NÃO TEMAS!”. Sua Graça-que-basta cuida de mim, cuida dos meus, cuida de tudo! Sou filho amado de Deus, com dor ou se dor, com dinheiro ou sem dinheiro!

Mas, daí, amigos, meu sumiço presente de sempre!
Daí, meus irmãos, uma saudade tão sólida quanto a pedra expelida, tão doida quanto sua saída, e ao mesmo tempo, tão festiva quanto a certeza que a gente continua junto nessa breve etapa da Eterna Jornada!

Amo vocês!

Um Natal de Paz e Gratidão!


Marcelo Quintela

  • Em tempo, quanto ao projeto SOS RELIGAR, o Fernando no Sertão Pernambucano, a Mônica na capital fluminense, o Zezinho no Distrito Federal e o Alex na Baixada Santista, estão cuidando da África instalada próxima a nós. Junte-se a eles!
  • A Equipe CN cresceu muito, com bases de apoio voluntário em todos os continentes. Obrigado a todos!
  • O Chemin du Futur não está mais na Rua Liberté, mas já libertou 50 meninos acolhidos numa casa bem maior. Reformamos a Dhara onde chovia sob 30 crianças que tinham que dormir de pé para não se afogar.  O Tony embarca para a Nigéria nos próximos dias para ajudar o Leo a cuidar das crianças-escravas que estamos resgatando de dentro de um campo de concentração que se finge de orfanato. Os europeus ainda estão pensando...
  • O INSTITUTO RELIGAR foi inaugurado em Santos, sob a presidência do Daniel Innocente, do Caminho-Consciência; e um estúdio está sendo montado. Também em Curitiba, Goiânia e São Paulo equipes caminhantes atenderam meu apelo de gravar para a Vem e Vê TV em 2013, a convite do Caio, num canal humanitário, missionário, comunitário.
  • O Valmir quase infartou no meio do ano. Estava todo entupido. Fez cateterismo. Está bem. Deus foi bom comigo...
  • O Caminho Santos tem novos mentores, o Clayton, o Madson, o Thiago e o Felipe.
  • E eu... Eu tenho outra pedrinha de um centímetro quieta no rim direito. Trégua para consertar minha asa quebrada e descansar, já que esse mundo-como-o-mundo-é infelizmente ainda não acabou...


 Para doações:

BANCO ITAÚ (# 341)
Agência: 2974 | Conta: 27523-8


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

OS CRISTÃOS, OS JESUSÃOS, OS CEDÕES, OS CAMINHÕES, OS ERRÕES, E OS TOSTÕES!



Já imaginaram se Deus de fato fosse judaico-cristão e patrono do Cristianismo, conforme os crenéticos desejam?

Faz mais sentido ser Testemunha de Jeová no Japão. Mas Deus ser religioso e adorar a Si mesmo no culto do Cristianismo [?] é medíocre até para um deus cristão pagão; ou crisgão, ou pagãtão. Whatever...

Pedro aceitou a designação de “cristão” como modo de levar o vitupério de Jesus, pois, eram os antagônicos que assim os apelidaram, assim como se alguns mais sevecrinos começassem a chamar o pessoal do Caminho de “os Caminhões”, e acolhêssemos como vitupério do discipulado; ou como se o pessoal da Universal, cheios de um outro espírito, aceitassem ser chamado de os Cedões; ou como se os da Internacional da Graça, por quebrantamento, aceitassem ser chamados de os 2Erres; ou os da Mundial, tendo se convertido, carregassem o apelido de os Mundões ou Boiões, etc...

Pedro disse: “Sofra dignamente com este nome” — que era o apelido ridículo que a eles era dado.
Assim, uma alusão ao termo cristão em todo o Novo Testamento [...] se fez prevalente.

Por quê? Sim, por quê [.?.] se entre os irmãos eles apenas se chamavam de “irmãos”, “os do Caminho”, “os discípulos”, “os fiéis”, “os santos”, “os peregrinos”?

Ora, foi a culpa dos romanos que os apelidaram de “cristãos” como quem designa “monstros” que, anos depois, tornou o apelido pejorativo e detrativo em honra e prestígio digno.

Sim, foi a culpa romana que buscou redimir o “cristão” insultante pelo “cristão” honrante. E, depois, foi a culpa latente dos romanos unida ao poder patente que Constantino conferiu à igreja do Império, que, mais uma vez, erigiu do “cristão” da culpa, agora já o “cristão” da honra imperial, e que acabará por ser a base para o Cristianismo, o qual veio a surgir apenas mais de trezentos anos depois de Jesus, o Cristo.

Mais 300 anos sem Cristianismo e, quem sabe, o hoje Islamismo seria chamado pelo nome de Cristianismo. Obviamente na sua versão árabe, e não romana, fazendo outro tipo de sincretismo, já que, não tivesse sido o ódio do Cristianismo Oficial contra o Islamismo, e talvez pudesse ter sido que sem o trauma histórico do Cristianismo anti-islâmico, os islamitas fossem o que hoje se designa por Cristianismo.

Digo isto pelo fato de Jesus ser no Alcorão um Ente superior a todos os outros, incluindo Maomé, ficando apenas por um pouco menor que Alá, sendo chamado de A Palavra de Deus.

Islã significa submissão. Ser um mulçumano é ser um submisso a Alá; ou seja: a Deus.

E por quê? Qual era a referencia histórico/religiosa dos mulçumanos?

Era a judaico-cristã. E, para eles, ambas se haviam corrompido. Haviam perdido a submissão a Deus. Assim, ser um mulçumano era ser tudo o que os judeus e cristãos que os árabes conheciam jamais tinham sido. Sim, sob os judeus eles tinham estado muitas vezes, além de serem irmãos/primos que se aborreciam profundamente. Sob os cristãos eles ficaram quando os cristãos se tornaram “os do Cristianismo”.

Jesus jamais mandou subjugar ninguém. E os discípulos originais conseguiram ficar sem poder e sem domínio sobre ninguém por trezentos anos.

Sim, porque Jesus não fundou religião e nem poderia, pois, se o fizesse, creiam: Deus não seria.
Jesus viveu sem santuário feito por mãos humanas. E a Nova Jerusalém não tem santuários.

Assim na Terra como nos Céus!

Onde Deus é Deus não há religião. Há Luz. Há Amor. Há Verdade. Há Adoração. Há Comunhão Universal. Há tudo Nele e Ele em tudo.

Pois Nele foram criadas todas as coisas. Tudo foi criado por meio Dele e para Ele. Nele Tudo Subsiste. De modo que Nele nos movemos, existimos e respiramos. Sim, Ele é o Pai de todos, está em todos e opera por meio de todos. Nada existe fora Dele. Tudo é Nele. Mas Ele não é a nenhuma coisa que Nele é.

Ora, sendo isto que Jesus revela sobre Si Mesmo no Pai e no Pai Nele; e em Deus todas as coisas — como poderia Deus ser Flamengo, ou Santos, ou Corinthians, ou Botafogo, ou Palmeiras?

Ora, o reducionismo é tão patético quanto o que acima usei para ilustrar o ridículo do Deus de Religião.

É tão gracinha quanto dizer que Deus é brasileiro.

Ah, está tarde e eu cansei...

Pense que você compreende.

Eu vou dormir como um humano que é filho do Pai.

Nele, que não torce por time religioso nenhum, para a mais profunda tristeza religiosa de alguns, mas para nossa alegria de discípulos do Caminho aberto a todos pelo sangue da Sua Cruz,



Caio
5 de dezembro de 2012 – Manaus – AM

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

JESUS NUNCA NÃO AMOU!




Amou os amáveis, os amigos, os discípulos, os pais e irmãos, e todo o povo carente.

Amou as pessoas das Forças de Ocupação Romana, amou autoridades boas, como o Centurião, como o oficial do rei, e como o bom chefe da sinagoga de Cafarnaum, Jairo.

Amou coletores de impostos, meretrizes, pecadores, religiosos sinceros, insinceros, lobos, mercenários, e todos os Herodes, Anás, C
aifás, e cia..., bem como amou os religiosos aos quais confrontou; sim, até mesmo aos que chamou de “filhos do diabo”.

Jesus nunca não amou. Sim, até quando disse “não podes vir”... ou quando disse “quem olha pra trás não é digno do reino”... ou ainda quando disse a alguém que para segui-Lo não daria para esperar a morte do pai: “... deixa aos mortos sepultarem os seus mortos”.

Jesus nunca não amou. Mas amar para Ele não era namoro e nem romance; era verdade, compaixão e sinceridade sábia na expressão do amor!

Jesus nunca não amou. Nem quando fez um azorrague e a todos os negociantes do Templo expulsou!
Jesus nunca não amou. Nem quando Judas o traiu. Sim, amou antes, durante e depois...

Jesus nunca não amou. Nem quando era o Cordeiro de tudo o que ainda não era... Posto que antes de haver [...] Ele já se dera em amor por tudo o que seria!

Jesus nunca não amou e nunca não amará. Nem quando o mundo conhecer a Ira do Cordeiro. Sim, alguém pensa que a Ira de Deus é ódio? A Ira de Deus é amor em estado de fogo purificador.

Jesus nunca não me amou. Nem nos piores ou mais escuros dos dias e horas de agonia. Ele sempre está comigo. Ele nunca não me amará.

Ah, como amo a santidade livre desse amor incomunicável de Deus, e que transcende a tudo o que compreendemos como amor.

Nele,

Caio
2 de dezembro de 2012
Lago Norte
Brasília

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

COISAS QUE FAZEM MAL QUANDO VOCÊ FAZ O BEM



As afirmações abaixo são verdadeiras. Se você gosta de evitar fazer o mal, não leia. Caso você deseje fazer o mal, leia.

Se você é bom, leia com atenção. Pode ser que você mude de idéia acerca de você mesmo.

Havendo dúvida, leia assim mesmo.

Havendo certeza, não perca seu tempo. Leia outra coisa.
Não havendo nada para fazer, faça o bem.

Se você não sabe o que é bom, olhe no espelho, abra a janela, beba água, ande, coma, beba, ame, e não se sinta culpado por gostar dessas banalidades. Faz bem!

Preparado? Não fique demais. Não há nada maravilhoso e nem tampouco novo sendo escrito aqui.

Leia então:
1. É mal fazer o bem para todo aquele que é mau. Ele o odiará pela maldade de seu bem.

2. É mal pensar o bem acerca de quem só concebe o mal. Ele usará você sem escrúpulos.

3. É mal desejar que o Bem aconteça a quem o inveje por você ser bom. Ele o julgará superior e o invejará com todo ódio.

4. É mal realizar o bem a quem tem complexo de inferioridade em relação a você. Ele crerá que você o está humilhando.

5. É mal não fazer nada de mal a quem só deseja o mal a você. Ele não agüentará a sua não-resposta às provocações.

6. É mal ajudar o covarde quando ele está em desvantagem. Ele pensará que você é cúmplice.

7. É mal fazer o bem aos que tudo vêem como impuro. Sua bondade será interpretada como frouxidão.

8. É mal fazer o bem aos que o adulam. Eles pensarão que sua bondade é pagamento e tentarão ampliar os negócios com sua alma.

9. É mal fazer o bem a quem não ama. Ele nunca acreditará em você.

10. É mal fazer o bem a quem cobiça. Ele desejará seu bem a serviço dos interesses dele.

Bem, já que é assim, dê uma surra de bondade no mundo!

Transgrida esses princípios sempre.

Será para o seu Bem.

Espero que você seja incorrigível.

Seja esse pecador.

Peque esse pecado.

Sofra desse mal.

Você está condenado!


Graças a Deus!
Caio

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

PAULO: O PERDÃO LIBERTA



De: Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo, e o irmão Timóteo.


Para: Filemom, nosso amado e cooperador e também à nossa amada Áfia, e a Arquipo, nosso camarada, e à igreja que está em tua casa: Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.


Querido Filemom, dou sempre graças ao meu Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações.
Minha gratidão a Deus por tua vida aumenta sempre que ouço do teu amor e da fé que tens para com o Senhor Jesus Cristo, e para com todos os filhos de Deus.
Assim, Filemom, minha oração a Deus é para que a vivência da tua fé expresse eficazmente o conhecimento de todo o bem que há em Cristo Jesus em nosso favor.
Minha alegria cresce em gozo e consolação quando sei do teu amor pelos irmãos, porque por ti, querido Filemom, a afetividade de muitos têm sido refeita.
Ora, mesmo sabendo qem sou para ti, quem és para mim e para os irmãos, e, sobretudo, sabendo de teu amor verdadeiro para com o Evangelho—ainda que eu tenha em Cristo grande confiança para te mandar o que te convém—todavia, preferi fazer-te um pedido de amor.
Sim! Peço apenas por amor, e não fundado em minha autoridade pessoal, mesmo que eu seja quem sou: Paulo, o velho batalhador do Evangelho, e também agora até prisioneiro por amor a Jesus Cristo.
Sim, meu amado irmão, peço-te em favor de meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões.
Ele nasceu no cárcere que hoje me prende, mas que não prende a Palavra de Deus.
Tenho consciência do que aconteceu entre vós.
Sei também que noutro tempo Onésimo te foi inútil—aliás, negando o significado de seu próprio nome, que significa “útil”—, mas agora ele aprendeu a fazer jus ao próprio nome, e tornou-se útil a mim e poderá ser muito útil a ti também.
Informo-te que o estou enviando de volta a tua casa. Peço que o recebas como se nele estivessem as minhas próprias vísceras. Recebe-o como se fosse a mim que acolhesses.
E assim faço, não porque eu não precise dele. Ao contrário, eu bem quisera conservá-lo comigo, para que em teu lugar me servisse nas minhas prisões por causa do evangelho.
Eu, todavia, nada quis fazer sem o teu consentimento, para que o teu gesto seja espontâneo e não o fruto do constrangimento e nem seja realizado com parcimônia.
Tu sabes que tais coisas tornam-se benefícios espirituais apenas quando o coração é voluntário no que faz.
Minha convicção é que o que aconteceu entre ti e ele carrega um desígnio maior. De fato, creio que bem pode ser que ele tenha sido separado de ti por algum tempo a fim de que o tivesses para sempre.
Agora, obviamente, já não já como escravo, conforme as leis romanas, mas como alguém que é muito mais que servo. Envio Onésimo a ti como irmão amado, particularmente de mim, e com muito maior razão de ti—pois, não há mais nenhuma discriminação, seja na carne...seja no SENHOR!
Assim, meu querido irmão, se me tens por companheiro, recebe-o como se fosse a mim mesmo.
E, se te causou algum dano, ou se te deve alguma coisa, põe isso tudo em minha conta.
E lembra-te de quem está te solicitando tudo isto.
Sim! Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi.
Eu pagarei tudo!
Isto para não te lembrar que no Evangelho tu deves a tua vida a mim.
Sei que posso te dizer tais coisas, pois tens a mente de Cristo.
Sei também que muito me regozijarei de ti no Senhor pelo entendimento que tens em Cristo acerca do que te solicito. Assim, pois, recreia as entranhas do meu ser com teu amor e com o teu afeto, fazendo-me este bem no Senhor.
Escrevi tudo isto confiado na maturidade de tua consciência, pois tua obediência ao Evangelho fará com que faças ainda mais do que estou pedindo.
Peço-te também que me prepares pousada, porque espero que pelas vossas orações eu hei de ser entregue aos cuidados do vosso amor para comigo.
Saudações de Epafras, meu companheiro de prisão por Cristo Jesus. Também Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores, te mandam abraços fraternos.
A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito.


Amém.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

DEUS SÓ TEM COMPROMISSO COM A CRIAÇÃO



Nunca entendi, e, de fato, sofri horrores, sempre que vi homens reunidos em presbitérios de papéis, tratando aquilo que ali faziam como se fosse algo que interessasse a Deus.

Eu pensava:
Não interessa a mim, nem tampouco ao cidadão da esquina, por que interessaria a Deus?

Ora, sabendo que aquilo nada tinha a ver com Deus, e nem Ele com aquilo, daquilo não pude mais fazer parte...

Depois que o Evangelho Eterno me revelou que Deus não tem compromissos [entre os humanos] que não digam respeito exclusivamente ao que seja humano ou natural, especialmente quando se vincula ao individuo, à sociedade humana, e à criação de Deus — então, não mais me foi possível emprestar significados divinos ao que é apenas “sagrado”.


Afinal, o “sagrado” o homem faz, mas o Santo, é!

Deus só tem pacto com a Sua criação. Com a nossa “criação” o compromisso Dele se mantém apenas quando nossa produção gera vida ou existe para a manter e melhorar.

Quanto ao mais, não faça compromissos santos com o que Deus não santificou, nem devote-se ao que Ele não consagrou, nem entregue-se ao que Ele não se deu, nem peça Dele compromisso com o que não seja Vida em amor.

Foi pelo que Ele fez e criou que Ele mesmo jurou pacto de Vida; e disse que de tal juramento não se arrependerá, visto que não tendo ninguém superior que Lhe pudesse validar o compromisso, Ele jurou por Si mesmo.

Quer saber o que vale a pena?

Veja pelo que Jesus morreu!

Ele não morreu por prédios, instituições humanas, ou religiões!

Deus amou o mundo!

Quem NÃO sabe avaliar assim o que seja Importante, esse, infelizmente, morrerá infeliz, buscando Deus onde Deus não está.

Nele,

Caio

11 de novembro de 2012 – DF

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

ALGUÉM ACHA QUE JESUS NÃO SABIA?...


ALGUÉM ACHA QUE JESUS NÃO SABIA?... 

Uma das afirmações mais fortes e realistas de Jesus acerca do sucesso do Evangelho na Terra, digo “sucesso” mensurável por categorias visíveis, foi a sua pergunta “Quando vier o Filho do Homem, porventura encontrará fé na Terra?”

Ele manda que se pregue no mundo todo, a todas as nações, e que se dê testemunho do Seu amor pelos homens, enquanto no ato do viver
/pregar, dizia Ele, os que fossem Seus mensageiros e discípulos, amar-se-iam uns aos outros, pois, somente assim o mundo creria...

Ao mesmo tempo Ele declara que quando o Filho do Homem voltasse... fé seria uma raridade no chão do planeta.

Ele manda pregar ao mundo, mas diz: “Se o mundo me odiou, odiará também a vocês”.

Ele ordena que se dê testemunho a todas as nações, mas não disse que as nações se converteriam...

Todavia, quando disse que somente o amor entre os discípulos é que seria o poder comprovador da eficácia do Evangelho, e, assim, seria o único poder com a força necessária para, como testemunho, curvar o mundo ante as evidencias de Seu poder manifesto como cura humana, pelo amor, entre os Seus discípulos... —, também disse que quando o Filho do Homem voltasse não encontraria fé na Terra.

Ora, com isto Ele dizia que se os discípulos se amassem o mundo teria uma chance; mas se não se amassem, nem o mundo, e menos ainda os discípulos, teriam qualquer chance; pois, para Jesus, Igreja sem amor não existe; é sino tocando como latão de má qualidade; é como blasfêmia cantada com cara contrita; é como homem e mulher fingindo que estão tendo prazer; é como o que tivemos: o Cristianismo com cara de poder romano ou terreno..., mas sem nada de Jesus.

Ora, Jesus sabia que assim ninguém creria..., pois, Ele mesmo não creria...

E se Jesus não crê em algo, quem mais genuinamente poderá dizer que sua fé naquela coisa seja real?

Jesus somente se convence ante a fé que atua pelo amor!

Ora, o que não for assim não convencerá a Ele; e como é Ele, pelo Seu Espírito, quem convence o mundo, tal anuncio do “evangelho” no qual Jesus não creia [posto que ainda que “certo” não seja fruto do amor], não convencendo primeiro a Ele, não convencerá ao mundo; pois, não tendo o testemunho Dele, não terá poder sobre o mundo.

Por isto somente me interessa pregar aquilo no que Jesus creia.

Creia em mim..., a partir da coerência da mensagem com o desejo sincero da vida em amor e em perdão para com todos, indiscriminadamente; e não somente isto, mas capaz de manifestar amor simples por todos os homens.

No entanto, esses serão sempre um pequenino rebanho... Pois, os discípulos não se amaram e não se amam, não crêem que sem amor nada aproveita, e insistem em pregar aquilo no que Jesus não crê..., que é um evangelho sem amor e misericórdia.

Por isto, o afã da “igreja” de pregar sem amar, é sua própria condenação, pois, pela falta de amor, a pregação se torna apenas uma barulheira dos infernos...

Assim é a profundidade do realismo de Jesus acerca do “sucesso” da Sua mensagem entregue à Igreja que virou “igreja”.

Enquanto isto, o "Legião Urbana" parece saber disso melhor do que a "igreja":http://www.youtube.com/watch?v=AKqLU7aMU7M

Nele, quem não levou susto com nada do que fizemos,

Caio

23 de maio de 2009
Lago Norte
Brasília
DF

domingo, 11 de novembro de 2012

... e por não haver umidade, secou...



HÚMUS, HUMOR, HUMILDADE, UMIDADE — temas do coração!

“... e por não haver umidade, secou...”— Jesus.

Umidade é essencial...


A palavra designa aquilo que está afetado pela presença da água, especialmente em estado gasoso ou vaporizado.

Umidade vem da mesma raiz de húmus, que designa o estado de adensamento de matéria orgânica carregada de fertilizantes naturais produzidos por minhocas e micro-organismos, deixando o chão fértil.

Umidade, húmus, humor... 

Humor também tem seu vínculo com a mesma raiz filológica. Afinal, o que é humor senão uma atitude fértil, rica, cheia de húmus e de umidade e, portanto, aberta à vida — como o bom humor produz.

Jesus disse na parábola do Semeador, em Marcos, que a semente que produziu foi aquela que caiu em terra com umidade; humorada por húmus e humildade.

Humildade também se conecta à mesma raiz de húmus, humor e úmido.

Humildade designa o ser de atitude proativa, ensinável, acolhedora, receptiva, bem humorada, umedecida pela boa vontade; sendo assim, portanto, um ser ensinável; ou seja: humilde.

Segundo a sabedoria de Jesus na parábola do Semeador, as sementes que não vingaram foram as que caíram em terra seca, ou superficial, ou pedrada, ou mesmo saturadas de espinhos — que nascem em geral em lugares secos. 

Ora, isto deixa claro que até para que alguém aproveite o Evangelho, é necessário que nele haja umidade interior, o que denota a presença de húmus/humor, húmus/humildade — ou seja: tem-se que ter a atitude interior de uma terra rica, aberta, acolhedora, umedecida, bem humorada para com a bondade de Deus. Sim, terra/coração humilde, e, portanto, ensinável e pronto para ficar prenho do sêmen do Evangelho.

Quem assim se oferece a Deus, ao Evangelho, à Palavra Semente da Vida, esse é boa terra; e em tal estado se manterá se não perder o húmus, o humor, a umidade, a humildade. 

Sim, quem assim é e assim se mantém, dará fruto de crescimento no amor a 30%, a 60% e a 100%.

Nele, que nos chama a aprendermos com Ele a sermos mansos e humildes de coração,

Caio
10 de novembro de 2012 – Lago Norte – Brasília – DF

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

EVIDÊNCIAS DE VÍCIO MENTAL





Uma das marcas de saúde mental de uma pessoa é a sua capacidade de variedade de temas, interesses, assuntos e uma abertura total para tudo que seja humano e vida. Portanto, a maior marca de saúde mental é a alegria de ser, amar, conhecer, e participar da vida, fazendo isso com amor e bom senso; e sem medo da dor, especialmente da dor do amor.

Uma pessoa fixada num tema só, por mais que chame aquilo de “meu amor e minha paixão” ou, em certos casos, de “minha vocação”, ou de “minha obrigação”, se, todavia, se fixa naquilo como coisa única, e por tal fixação torna-se juiz de quem não tem o mesmo interesse ou não o tem na mesma intensidade ou, ainda, que manifeste outros interesses e prioridades, demonstra, por tal atitude de juízo fundado em sua própria fixação, que se fez vítima de um vício mental dos mais perigosos e também, por certo, dos mais capazes de reduzir a mente e a existência de uma pessoa a uma espécie de tara temático-existencial.

Quando uma pessoa se fixa num único tema na vida —seja pela via de um trauma, seja pela força de desejos reprimidos e transformados em “causa de vida”—, por tal fixação, evidencia o fato de que sua mente está viciada.

A questão é que vícios mentais não são apenas coisas que permanecem na psique da pessoa. De fato, quando não se trata de um problema congênito ou hereditário na área mental, em geral o que acontece é que quando a alma se entrega um certo modo de sentir — seja em brigas domésticas, seja uma relação viciada na tragédia e no desamor, seja um poderoso condicionamento de natureza sexual, seja a fuga de intimidade, seja o ódio, seja a amargura, etc —, o que acontece é que a presença contínua desse “sentir”, demanda do cérebro certas liberações químicas que façam “compensação” frente ao stress ou frente à hiperexcitação ou às oscilações ou a qualquer coisa que caracterize um modo de sentir intenso. E tais “descargas” químicas de compensação acabam por se tornarem programas cerebrais que passam a operar por conta própria; e, agora, invertendo a ordem, ou seja: já não necessariamente sendo a psique exigindo participação do cérebro, mas o contrário: o cérebro, agindo de modo condicionado, descarrega o que antes era um “socorro” para uma situação vivida como experiência emocional, a qual, agora, passa a ser demandada pelo cérebro, o qual exige aquele comportamento compatível com a liberação química em curso. 

Vícios mentais, portanto, são como uma cobra que se alimenta do próprio rabo! 

O problema é: onde está a mente sadia?

Para mim Jesus é o exemplo da mente mais sadia possível, e, portanto, aberta a tudo e todos; exatamente como Deus, que manifesta Seus interesses e variedades temáticas na multiformidade da criação. 

Jesus mostra interesse pela variedade da vida assim como Seu Pai foi variado e extravagante em tudo o que criou. Sim, porque até as maiores sutilezas da criação estão carregadas de extravagância divina. 

Jesus foi um carpinteiro por profissão, e nunca chegou a ficar nem de longe velho, tendo morrido jovem. Entretanto, já menino, no templo, chocava os mestres com suas questões e interesses acerca de coisas elevadas, porém, no lugar certo e com as pessoas certas. 

Nunca estudou, mas lia. Nunca plantou, mas observava o trabalho do agricultor. Nunca escreveu, mas sabia qual era a presunção de um copista do sagrado. Nunca namorou, mas sabia como ser carinhoso com as mulheres. Nunca teve ovelhas, mas sabia, pela observação, como um verdadeiro pastor se portava. Nunca foi casado, mas sabia como uma dona de casa ficava feliz quando achava algo precioso que se havia perdido. Nunca foi pai, nunca foi pródigo, nunca foi um irmão ciumento, mas sabia como todos os três personagens se sentiam em cada situação. Nunca foi desonesto, mas sabia como um administrador infiel se sentia quando apanhado em flagrante.

E, assim, Ele demonstra também como um pai de família deve se comportar se um ladrão se aproximar. Sabe que a pobreza é crônica na terra; conhece o modo como os políticos dominam sobre os povos; sabe o que sente uma mulher dando à luz um filho.

E não evita a emoção do choro, da dor, da tristeza, da alegria, do suor de sangue, do vinho melhor, do medo da cruz, e da oração para ter força para não morrer fora dela; e vive cada coisa, cada dia, não se deixando escravizar por nenhum tipo de aflição ou preocupação.

Sim, Jesus tinha a mente mais despreocupada do mundo, ao mesmo tempo em que era a mais responsável da Terra. 

Sobretudo, além de ser pela variedade de Seus interesses, indo de crianças a velhinhas, vê-se Sua saúde mental na Sua total vitória sobre a ansiedade. Ele faz gestão leve até da hora da morte. “Não é a hora”, diz Ele. Até o dia em que Ele diz: “Chegou a Hora”.

E Sua despedida de Seus amigos e discípulos não poderia ter sido mais própria, mais grave e, ao mesmo tempo, mais esperançosa; mais verdadeira e também protetora das limitações de percepção deles. 

Assim, aprendendo com Jesus, busque interessar sua mente por tudo, sempre apenas retendo o que é bom. E se você perceber que se irrita com qualquer coisa que não seja o seu “tema”, preste atenção, pois já é forte sinal de que a sua mente e cérebro estão viciados ou se viciando. E isso não é brincadeira. É pior do que qualquer outro vício. 

Pense nisso!

Caio