quinta-feira, 7 de junho de 2012

Hoje fui acusado de não ser "bíblico"


Hoje fui acusado de não ser “bíblico”. Mas afinal, que raio é isso, “bíblico”?

Hoje, fui visitar minha vozinha que não está muito bem de saúde. Lá estavam, também, algumas tias. E conversávamos. Até que chegou o pastor, da “igreja” que minha vó congrega, com sua esposa. Fui apresentado, pela minha vó a eles, como “evangélico”. E minha avó pediu a confirmação: “Você é ‘evangélico’, não é Marquinho?” E eu, balançando a cabeça disse: “Sou do Evangelho”. O pastor leu algo nas escrituras e resolveu orar. Orou por todos. Pelos que ele sabia que eram ‘evangélicos’, dizia mais ou menos assim: “Abençoe teu servo!...” ou “Abençoe tua serva, Senhor!...”. Quando orou por uma tia, que ele sabia que não era ‘evangélica’, mas católica, disse: “Salva ela, Senhor.”. Fico me perguntando o que deve ter se passado pela cabecinha da minha tia, que havia ido lá para passar a noite com a minha vó. 

Bom, quando o pastor estava indo embora com sua esposa, veio até mim e fez a famosa pergunta: “DE QUAL IGREJA O IRMÃO É?” – confesso que estou, já, meio ‘de saco cheio’ (desculpem a expressão) de explicar aquilo que é obvio, ou seja, há apenas uma IGREJA, a de Jesus Cristo. Mesmo assim tentei explicar para o cidadão como eu me reúno com meus amigos “COMO IGREJA” – Respondi: “Reúno-me em lares ou em qualquer lugar no nome de Jesus com meus amigos.” E ele: “Ah! Na visão das células?” Eu: “Não. Na visão do Evangelho, como os irmãos se reuniam na chamada igreja primitiva... Como está descrito em Atos 2:42 em diante... considerando o que Cristo afirmou: “Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles.” (Mateus 18:20). O semblante desse senhor foi mudando, fechando. Então, ele levantou sua mão, apontou seu dedo indicador em minha direção e largou “ISSO NÃO É BÍBLICO!”. Ele afirmou que eu havia me baseado apenas em um versículo (Mt 18:20) e que um dia iria sentar comigo e me ensinar, numa “santa arrogância”. Perguntei a ele qual era a “igreja” de Paulo, Pedro, etc. Ele não respondeu. Perguntei a ele sobre alguma prova, nem que fosse ‘bíblica’ (risos), de que Igreja é a de pedra, com púlpito, “altar”, com CNPJ e costumes, como ele pensa. Ele também não respondeu. Apenas resmungava que num outro dia iria me ensinar. Ele repetiu, apontando novamente o dedo para mim: “ISSO NÃO É BÍBLICO.”. Respondi que aguardaria o momento para a tal conversa do que “é bíblico” ou “não é bíblico”.

Mas afinal, que raio é isso, “bíblico”? Refiro-me ao que ele quis dizer com isso. E, a partir daí, saber como ele interpreta a vida, as situações, as pessoas. 

• Se eu tivesse um filho recém-nascido, eu poderia dizer que iria cortar seu prepúcio no 8º dia e dizer que isso é bíblico.
• Eu poderia invadir o território (casa, local religioso) dos meus “inimigos” e destruir, sem dó, seus deuses de pedra (ou qualquer outro material) e dizer que isso é bíblico.
• Eu poderia levar meu filho para sacrificá-lo no monte Moriá e dizer que isso é bíblico.
• Eu poderia sacrificar animais num ritual para encobrir meus pecados, ou como oferta ao Senhor e dizer que isso é bíblico.
• Eu poderia passar a espada, literalmente, nos “inimigos” do Senhor e dizer que isso é bíblico.
• Eu poderia dizer que é pecado as mulheres cortarem seus cabelos, e ainda afirmar que isso é bíblico.
• Eu poderia construir uma arca e dizer “isso é bíblico”.
• Eu poderia desejar construir o “Templo de Salomão” e dizer que isso é bíblico.
• Poderia desejar construir uma “Torre de Babel”, onde todos ficassem juntinhos e não se espalhassem, ou construir uma “cidade mundial”, ou coisa do tipo, e dizer que isso é bíblico.
• Eu poderia dar um jeito de dizer que as mulheres não podem compartilhar da ministração da Palavra nas reuniões da Igreja, e ainda dizer que isso é bíblico.
• Eu poderia dizer que as mulheres ‘devem’ usar véu sobre a cabeça, e ainda afirmar: “isso é bíblico”.


Estão me entendendo, manos e manas? Capiche? O que afinal é bíblico? Se for bíblico, é pra mim? Se for bíblico, é para a humanidade independente do tempo e região, independente da cultura do povo em questão? Como interpretar o que nas escrituras é pra mim, hoje, e o que não é? Vamos lá! 

A Bíblia é o livro. A Escritura é o texto. A PALAVRA é. No evangelho de João, capítulo 1, está dito que Jesus é a PALAVRA que se fez carne. Ou seja, Jesus é a revelação do Deus Todo-Poderoso aos homens. Ele encarnou a PALAVRA, sendo-A, vivendo ou falando. Em cada palavra de Jesus havia PALAVRA, assim como, em cada ação de Jesus na vida, nas coisas mais insignificantes (para nós), que fosse, também havia PALAVRA, revelação da vontade de Deus Pai. Então, é a partir das manifestações do homem Jesus, nosso Deus, que eu sei o que é para mim, ou não. Eu poderia inventar diversas heresias com as escrituras, observando apenas o texto, mas quando meu parâmetro para interpretar o que é a vontade Deus para mim, hoje, é ver Jesus, nos evangelhos, transformando palavras em vida, agindo como a revelação da vontade do Pai, não me perco, pois encontrei o Caminho, Cristo. 
Portanto, a pergunta a se fazer não é “O que é bíblico?”, mas “Como agiria, Jesus, em meu lugar, diante dessa situação?”. “O que a PALAVRA (Cristo) faria?”

Em primeiro lugar, recomendo que leiam os evangelhos como se nunca os tivessem lido antes. O Espírito Santo ainda existe e Ele nos guia por toda a Verdade, sem a necessidade de que ninguém nos ensine, se há unção de Deus em nós (1 João 2:27). Digo isso para que não ouçam a voz de nenhum lobo ou mercenário (religioso, fariseu, cego que guia cegos), mas apenas a do Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas. Sigam a PALAVRA. 

Em segundo lugar, recomendo que leiam esse texto: http://www.caiofabio.net/conteudo.asp?codigo=05558

Graça e paz!

Marco A. M. Nunes.

23 de fevereiro de 2012

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